III Júri Simulado coloca teoria em prática

O UNASP campus Hortolândia realizou um júri simulado que reuniu os estudantes do curso de Direito ontem (03), no Auditório Arlete Afonso. O evento contou com a colaboração de professores do curso e envolveu alunos de diferentes semestres. Ao longo do evento, os participantes foram organizados em quatro núcleos: defesa, acusação, judiciário e equipe de produção.

O júri simulado é uma atividade em que os graduandos em Direito assumem papéis específicos em um julgamento fictício, com o objetivo de praticar e desenvolver suas habilidades jurídicas em um ambiente controlado. O processo é semelhante ao de um julgamento real, com algumas adaptações para o contexto acadêmico. O Tribunal do Júri é competente para julgar crimes dolosos (intencionais) contra a vida, sejam eles consumados –  quando o crime se concretiza – ou tentado. Os crimes relacionados, chamados de conexos, também são julgados pelo Tribunal do Júri.

III Júri Simulado

O preparo dos alunos para o júri simulado envolveu a leitura do processo, pesquisa de jurisprudência e a elaboração de teses de defesa e acusação. Na terceira edição, os estudantes produziram todo o evento, desde a organização até as funções de acusação, defesa e de juiz. Os jurados – pessoas que decidem a causa – foram chamados e sorteados dentre os alunos de outros cursos do UNASP campus Hortolândia e membros da comunidade que se inscreveram previamente.

Antes da realização do júri simulado, os alunos participaram de mentorias preparatórias — uma voltada para a defesa e outra para a acusação. Durante os encontros, os grupos realizaram a leitura detalhada do caso e discutiram estratégias de abordagem para a apresentação em plenário. As mentorias contaram com orientação em todas as etapas, garantindo suporte técnico e teórico para a construção dos argumentos e o desenvolvimento das atuações.

Segundo os professores Henrique Tremura e Guilherme Silva, responsáveis pela orientação das atividades, o acompanhamento personalizado foi produtivo e essencial para o desempenho dos alunos. “De maneira assertiva e eficaz, pudemos responder dúvidas, sugerir teses e preparar cada aluno para a atividade”, explica Tremura. A iniciativa contribuiu diretamente para o aprofundamento técnico dos participantes e para a qualidade dos debates durante o júri simulado.

As experiências

O júri simulado do curso de Direito visa oferecer aos alunos uma oportunidade prática de vivenciar o direito penal e o processo penal em ação, permitindo que apliquem teorias jurídicas em um ambiente simulado de tribunal. Além de aprofundar o entendimento dos procedimentos legais e do funcionamento do sistema judiciário, a atividade tem como objetivo aprimorar competências fundamentais para a prática profissional, incluindo argumentação, habilidades oratórias, pensamento crítico e trabalho colaborativo em equipe.

Durante semanas, os alunos do curso de Direito do UNASP campus Hortolândia se dedicaram intensamente à preparação do III Júri Simulado. Participando do núcleo de acusação, o estudante Daniel Alves contou que o grupo se organizou para estudar teses, ensaiar falas e até assistir a julgamentos reais, buscando entender a dinâmica de um tribunal. A experiência prática, segundo ele, foi enriquecedora, pois permitiu sair da teoria e aplicar os conhecimentos em uma situação próxima da realidade jurídica.

Além do aprendizado técnico, a atividade promoveu colaboração entre os colegas e reforçou a importância da argumentação no universo do Direito. “Todos os participantes se ajudaram na preparação e nos estudos de teses, falas e encenações”, relata. Ele conta que a simulação reproduziu com fidelidade o ambiente profissional, aproximando os estudantes da rotina de advogados, promotores e magistrados. Entre os momentos mais marcantes, lembrou com humor de uma reviravolta no veredito: “Eu, como vítima, fui preso, e a ré foi solta”, relembra.

Para muitos estudantes, o III Júri Simulado foi a confirmação de uma vocação. Apaixonada pelo Direito Penal, Aline Atarian relata que acompanha júris reais em diferentes cidades e se inspira no trabalho de promotores e defensores. Sua preparação incluiu leituras do processo, construção de teses e reuniões em grupo, onde o maior desafio foi conciliar diferentes pontos de vista e distribuir as funções conforme o perfil de cada colega.

Apesar do empenho, a leitura da sentença trouxe uma reviravolta inesperada: a tese da acusação não convenceu os jurados. “O júri nem sempre ganha pela melhor técnica, mas pelo apelo emocional. E talvez isso a defesa tenha transmitido melhor”, reflete. Mesmo diante do resultado, a estudante considerou a experiência “única e muito realística”, reforçando o valor da vivência prática na formação jurídica.