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MAB realiza evento para crianças com autismo em comemoração ao Abril Azul

O Museu de Arqueologia Bíblica (MAB) abre espaço para crianças com TEA explorarem história e cultura.

Texto: Vefiola Shaka | Edição: Victor Bernardo

O Museu de Arqueologia Bíblica (MAB) realizou uma visitação especial para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no último sábado (19), em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. O evento, chamado de “MAB Azul: Explorando o passado”, contou com o apoio dos cursos de Psicologia e Pedagogia, com a presença de crianças com idades entre 3 e 6 anos, para uma experiência interativa e inclusiva.

Uma das atividades foi a escavação de peças arqueológicas. Foto: MAB

Atividades interativas 

A visita ao museu foi pensada para proporcionar uma imersão no mundo bíblico e arqueológico, com foco em criar um ambiente sensorialmente adaptado e acolhedor para as crianças com TEA. 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento marcada por um modo diferente de se desenvolver, com características que podem incluir padrões de comportamento distintos, dificuldades na comunicação e na interação social, além de outras particularidades no modo de perceber e responder ao mundo.

Durante o evento, as crianças tiveram a oportunidade de explorar réplicas de artefatos e participar de atividades práticas, como a criação de lamparinas de barro, que puderam levar para casa como recordação. Em uma das atividades, as crianças tiveram a oportunidade de fazer parte de uma escavação arqueológica simulada no Jardim da Bíblia, onde foram orientadas a procurar por peças para aprender sobre o processo de descoberta.

O evento é uma oportunidade para que todas as crianças tenham acesso ao Museu. Foto: MAB

A visão das famílias: inclusão e adaptação

Angélica Pettermann, moderadora da RAAFA (Rede Adventista de apoio à Família Autista) e mãe de Giovanni e Chiara, compartilhou sua experiência no evento. Ela explicou que a visita ao MAB foi uma oportunidade única para seus filhos, que têm sete e quatro anos, vivenciarem uma atividade adaptada às suas necessidades. “É importante que eventos como este mostrem que as crianças autistas podem fazer tudo o que outras crianças fazem, só precisam de algumas adaptações”, afirmou Angélica.

Ela ressaltou a importância de proporcionar a seus filhos um ambiente adequado, onde eles possam se sentir incluídos e aproveitar a experiência de maneira tranquila. “Meu filho mais velho tem hiperfoco na Bíblia, então ele ficou animado com tudo o que viu, apesar de ser mais difícil para ele se concentrar em alguns momentos. Minha filha, por outro lado, estava encantada, especialmente quando viu o túmulo no jardim do museu, logo associando com a história da Páscoa que estamos estudando”, completou.

MAB Azul: Explorando o passado

O evento foi uma das edições do projeto MAB Azul: Explorando o Passado, que o Museu de Arqueologia Bíblica realiza anualmente em abril para crianças com TEA. Lucas Santos, educador do museu e organizador do evento, explicou que o objetivo do projeto é proporcionar um ambiente inclusivo, onde as crianças possam explorar o museu de forma adaptada às suas necessidades, promovendo também a conscientização sobre o autismo. “Além de oferecer atividades interativas, como a criação de lamparinas e a simulação de escavação arqueológica, o evento é uma oportunidade para mostrar à sociedade que o museu é um espaço acessível e inclusivo para todos”, destacou Lucas.

Além de atividades lúdicas, as crianças visitam as exposições do Museu. Foto: MAB

O papel dos estudantes e da equipe educacional

Além dos organizadores, o evento contou com a participação de estudantes de diversas áreas, incluindo Psicologia e Pedagogia, que ajudaram na mediação das atividades e no acolhimento das crianças. Rebeca Silva, aluna do curso de Pedagogia, compartilhou como a experiência tem sido significativa para ela. “Este evento tem sido uma oportunidade incrível para colocar em prática o que aprendemos em sala de aula. Trabalhar com crianças autistas é maravilhoso, porque cada interação é uma oportunidade de aprender e ensinar ao mesmo tempo”, comenta.

Já Rafaela Zanchetta de Laurentis, estudante do quinto semestre de Psicologia, comentou sobre a importância do evento para sua formação. “Essa experiência tem sido única, pois permite um contato direto com a realidade do espectro autista. Poder ajudar na organização e apoiar as crianças nas atividades tem sido muito enriquecedor”, revela.

O futuro do projeto

Com o sucesso da edição deste ano, Lucas Santos afirmou que a intenção do MAB é continuar realizando o evento anualmente. “Nosso objetivo é fazer com que mais famílias conheçam o museu e se sintam acolhidas, proporcionando um ambiente onde todos possam aprender e interagir com a história de maneira acessível”, conclui Lucas.

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